qua. out 16th, 2024

A tensão continua alta na região onde o povo Guarani-Kaiowá montou acampamentos em terras reivindicadas como indígenas no Mato Grosso do Sul. Barracas improvisadas dos indígenas se erguem a pouco mais de 100 metros de fazendas, criando um cenário de confronto iminente. No último fim de semana, ataques dos fazendeiros deixaram pelo menos nove indígenas feridos, dois deles em estado grave.

Os indígenas relatam que os agressores usaram armas de fogo e balas de borracha, e destacam a necessidade de proteger suas terras e suas vidas. Em resposta à escalada de violência, representantes do Ministério dos Povos Indígenas e do Ministério Público visitaram a área com o objetivo de mediar o conflito e evitar novos confrontos enquanto o processo de demarcação segue na justiça.

A Terra Indígena Panambi Lagoa Rica, que se estende por mais de 12.000 hectares, já foi reconhecida pela Funai como área indígena, mas o processo de demarcação foi interrompido devido a ações judiciais em curso. Em uma decisão recente, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região suspendeu uma ordem de reintegração de posse que havia sido emitida pela Justiça Federal de Dourados, permitindo que os Guarani-Kaiowá permaneçam no local até que o processo seja concluído.

Os fazendeiros, por sua vez, alegam que há mais de 40 anos não há presença indígena nas propriedades e que as terras foram exploradas legalmente através de contratos com terceiros. A questão do Marco Temporal, atualmente em discussão no STF, é citada como um fator que agrava ainda mais o conflito, aumentando a incerteza sobre a regularização das terras indígenas.

A comitiva presente na região busca uma solução pacífica e negociada para que tanto os direitos dos povos indígenas quanto os dos ocupantes das terras sejam respeitados, evitando mais derramamento de sangue.

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