qua. out 16th, 2024

A necessidade de trabalhar afastou Jair da escola, mas aos 39 anos ele retomou os estudos em uma escola próxima ao sítio onde mora, em Caruaru, Pernambuco. “Hoje em dia, eu não paro. Vou terminar meus estudos,” afirma ele. Segundo as Nações Unidas, uma pessoa é considerada analfabeta se não sabe ler nem escrever frases simples. De acordo com o censo de 2022 do IBGE, há no Brasil 11,4 milhões de pessoas com 15 anos ou mais que são analfabetas, representando 7% da população, sendo que a maior parte está no Nordeste.

Por isso, nos próximos dois anos, o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) concentrará esforços nos nove estados da região. O programa é um dos instrumentos do Governo Federal para superar o analfabetismo no país. O Pronera atenderá 332 municípios nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. A meta é alfabetizar 33 mil pessoas até o final de 2026, com a formação de cerca de 1500 alfabetizadores para atuarem em 1545 turmas. As aulas devem começar em novembro deste ano, e o Ministério da Educação investirá R$ 22 milhões na iniciativa.

O combate ao analfabetismo é crucial para a sustentabilidade econômica do país. Para alcançar o público não alfabetizado que vive em assentamentos rurais no Nordeste, as aulas serão realizadas nas próprias comunidades. “Esta população, que é uma população trabalhadora com mais de 40 anos, precisa ter aulas perto de casa, senão eles não vão estudar,” explica um representante do programa.

Para mudar o cenário do analfabetismo no Brasil, é preciso que o trabalhador do campo veja a educação como uma necessidade. Muitos adultos e idosos, que já sobreviveram sem saber ler e escrever, precisam ser incentivados a buscar o conhecimento. A organização da produção, das mulheres e o acesso a crédito nas áreas de reforma agrária são fatores que criam essa necessidade e motivam as pessoas a se alfabetizarem.

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