qua. out 16th, 2024

O Chile, a quarta maior economia da América do Sul, é um parceiro comercial significativo para o Brasil, que é o terceiro maior fornecedor de produtos para o país vizinho. Em 2023, as trocas comerciais somaram 12,5 bilhões de dólares, com destaque para as exportações brasileiras de petróleo bruto, carne bovina, automóveis e derivados de soja. Além do acordo de livre comércio entre os dois países, as exportações brasileiras para o Chile beneficiam-se de tarifas zeradas devido ao acordo com o Mercosul.

O comércio bilateral, ainda que equilibrado, está em processo de diversificação. A meta é ampliar as trocas em áreas como agricultura e produtos de defesa. O Brasil também é o principal destino de investimentos chilenos, que já somam mais de 30 bilhões de dólares em setores como papel e celulose, varejo e energia. Por outro lado, as empresas brasileiras investiram mais de 4,5 bilhões de dólares no Chile, principalmente em energia, serviços financeiros, alimentos, mineração, siderurgia, construção e fármacos.

A importância da relação entre Brasil e Chile é evidenciada pelo fluxo significativo de turistas entre os dois países. Os chilenos são o terceiro maior grupo de turistas a visitar o Brasil. A comitiva de Lula inclui mais de 200 empresários, com o objetivo de explorar novas oportunidades de negócios e fortalecer os laços econômicos e comerciais.

As relações diplomáticas entre Brasil e Chile datam de 1836, totalizando 188 anos de cooperação. Apesar de não compartilharem fronteiras e terem diferenças territoriais e populacionais, os dois países possuem muitas similaridades e interesses comuns. Agora, Brasil e Chile expandem sua agenda de cooperação para além dos setores econômicos, incluindo Ciência e Tecnologia, defesa da democracia e direitos humanos, inovação, educação e saúde.

Ambos os países concordam sobre a importância da integração da América do Sul, o fortalecimento da democracia e dos direitos humanos, o combate à pobreza e à desigualdade, e o enfrentamento das mudanças climáticas. Compartilham também posições semelhantes sobre questões de paz e segurança globais.

Durante a visita de Lula ao Chile, 17 acordos e tratativas serão assinados. Entre eles, medidas para facilitar o fluxo de turistas com trocas de informações, treinamento e assistência técnica, reconhecimento recíproco da carteira de habilitação, memorando de entendimento sobre certificação de produtos orgânicos, certificação eletrônica para comércio de produtos de origem animal, vinhos e bebidas, e o corredor bioceânico que ligará o Centro-Oeste do Brasil aos portos do Chile. Outros acordos incluem cooperação em segurança cibernética, governo digital, extradição, Ciência e Tecnologia, cooperação espacial, saúde e direitos humanos.

Essa diversificação na agenda bilateral mostra o compromisso de ambos os países em fortalecer e ampliar suas relações em múltiplos setores, inaugurando uma nova etapa de cooperação entre Brasil e Chile.

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